27 Nov 2018 14:50
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<h1>Medium: Seu Próximo Web site (se Você Ainda Depender De Um)</h1>
<p>Jonh Azevedo estava a toda a hora cansado. Tua estafa passaria despercebida não fosse uma interferência indevida: Jonh começou a entrar em conversas no Twitter sobre as eleições para a presidência do Flamengo. Teu rosto, nome e publicações incomuns chamaram a atenção de torcedores do time de futebol, que formam uma amplo comunidade na mídia social, com perfis que têm até 50 mil seguidores.</p>
<p>Foi assim que, em 2015, sem se dar conta, eles descobriram mais uma peça no quebra-cabeças de um provável mercado de fakes no Brasil. Em outubro de 2014, alguns de seus tuítes passam a declarar que ele apoiava Aécio Neves (PSDB-MG), portanto candidato a presidente da República. 360 1 mil para a Facemedia.</p>
<p>Não há evidências, porém, de que a campanha do tucano e os outros supostos beneficiados pelas atividades estivessem cientes da atuação de fakes. As postagens de Jonh Azevedo seguem até dezembro do ano das eleições presidenciais, no momento em que ele para de tuitar. Só volta a escrever mais uma vez em outubro de 2015, de imediato demonstrando seu apreço por Wallim Vasconcelos, candidato da Chapa Verde à presidência do Flamengo naquele ano. Coincidentemente, outro perfil no Twitter publicava mensagens muito parecidas às de Jonh.</p>
<ul>
<li>Abrir espaço pra que os colaboradores possam oferecer dicas de melhoria</li>
<li>Geram valor para as pessoas que os consome</li>
<li>seis Dicas pra digitar posts de particularidade</li>
<li>Você tem alguma habilidade estranha com o teu corpo humano</li>
<li>Você vai encontrar nesse arquivo novas linhas que devem ser modificadas entre elas são</li>
<li>7 - Preste atenção às normas da ABNT</li>
<li>11 V Wesley 30 G Renan Ribeiro 38 A Morato</li>
</ul>
<p>O cansaço era generalizado: no dia 1º de dezembro de 2015, tanto Jonh Azevedo quanto Vinny Silva escreveram: "Descansar que amanhã será um enorme dia, bacana noite" com menos de uma hora de diferença e as exatas mesmas frases. O histórico de Vinny Silva no Twitter, hoje um perfil abandonado, mostra que ele assim como apoiou Aécio nas eleições presidenciais do Brasil e Wallim nas do Flamengo. Maurício Morais, de dezenove anos.</p>
<p>Torcedor do Flamengo, Morais faz fração da "FlaTwitter", como se denominam os flamenguistas reunidos pela rede social. Ao apurar o perfil dos usuários com quem estavam discutindo sobre o assunto as eleições do clube, disputadas por Wallim e Eduardo Bandeira de Mello, os torcedores começaram a desmascarar os fakes. Foi um interesse conjunto dos "fakes verdadeiros", como define Morais - pessoas que, como ele, controlam perfis satíricos deixando claro que estão fazendo isso, sem lograr outros usuários. Pedro Nieto, que tem vinte e dois anos e quase vinte e sete mil seguidores no Twitter. Depois que os primeiros fakes começaram a ser desmascarados no Twitter, outros começaram a variar tua imagem de perfil, manipulando as imagens para evitar o rastreamento. A imagem de "Jonh Azevedo", tendo como exemplo, pertence na realidade ao jornalista carioca André Moragas, de quarenta e seis anos. Tua imagem foi distorcida: o nariz foi aumentado e, os olhos, diminuídos.</p>
<p>Na ocasião, procurou a assessoria de imprensa do Flamengo e pessoas ligadas à campanha da Chapa Verde, considerando que o perfil errôneo apoiava o grupo, e pediu que tomassem alguma providência. Segundo 4 pessoas que se dizem ex-funcionários da Facemedia ouvidas na BBC Brasil e cujos depoimentos sobre o trabalho pra empresa coincidem, ela contratava pessoas em todo o Brasil para controlar de vinte a cinquenta perfis falsos cada uma.</p>
<p>Os fakes seriam alimentados por posts automatizadas e pela atuação desses funcionários. A atuação dos chamados ciborgues seria, segundo eles, oferecida como parte de um pacote de serviços relacionados às mídias sociais. O dono da organização, o carioca Eduardo Trevisan, nega que ela tenha produzido fakes. Trevisan bem como é criador da página Lei Seca RJ, que informa seus 1,7 milhões de seguidores os locais de blitze no Rio de Janeiro. Por sua vez, a assessoria que prestou serviços a Wallim à época da eleição no Flamengo confirma que a Facemedia foi contratada, mas diz que fazia só monitoramento das redes.</p>
<p>Wallim diz que "eleição é um processo em que diversas histórias são montadas, pela maioria das vezes denegrindo a imagem de quem participa". No momento em que os fakes da Chapa Verde começaram a ser descobertos, o "Arqueiro Rubro" entrou na jogada. Um deslize, porém, acabou denunciando a ligação dos perfis falsos com a página Lei Seca RJ, de Eduardo Trevisan.</p>